Documentário “Jangada de Pau” tem exibição sexta-feira (05) no Arte Pajuçara

Projeto de salvaguarda tem realização do IPHAN Alagoas e produção do Núcleo Zero

Documentário “Jangada de Pau” tem exibição sexta-feira (05) no Arte Pajuçara

Em sua edição de agosto, o projeto Cinema das Alagoas exibirá o documentário Jangada de Pau. A sessão vai acontecer na sexta-feira, 05, no Arte Pajuçara. O filme, idealizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, foi produzido pelo Núcleo Zero, empresa que tem extenso currículo na realização de documentários em Alagoas, a exemplo de Imagem Peninsular de Lêdo Ivo (2013), História Brasileira da Infâmia – (2015), e EXU – Além do Bem e do Mal (2012). A direção é assinada por Rafhael Barbosa (KM 58, O que Lembro, Tenho). 

O média-metragem faz parte de um projeto amplo, que terá desdobramento com a abertura da exposição Jangada de Pau – Do Imaterial ao Virtual, no dia 07 de setembro, na Casa do Patrimônio de Alagoas.    

Através de um rico registro audiovisual que documentou o modo de fazer jangadas tradicionais, o público poderá contemplar nas telas do cinema a sensibilidade de um trabalho que soube acompanhar com destreza o processo construtivo desta que é, provavelmente, a última jangada em pau de Pita construída no Nordeste. No documentário, são as mãos do Mestre Jesser Rafael que nos mostram o fazer, e suas histórias que nos contam do saber: Técnica e Poesia; Passado e Presente; Saberes da terra e dos mares.

 

SALVAGUARDA DO MODO DE FAZER JANGADAS TRADICIONAIS

 

O Iphan/AL realizou no ano de 2015 o registro audiovisual do modo de fazer jangadas tradicionais, ação de salvaguarda que visou a elaboração de um vídeo etnográfico sobre o processo de construção da “jangada de pau”. O objetivo da iniciativa foi documentar este importante saber histórico, quase em extinção, além de incentivar e transmitir o conhecimento dessa arte para as novas gerações. 

O Brasil, com a diversidade étnica da sua formação cultural, possui uma multiplicidade de tradições na arte de produzir os instrumentos de suporte à navegação e pesca. Nas terras marítimas alagoanas, que até na nomenclatura do Estado referencia a ligação com os meios aquáticos, as tradicionais jangadas, constituídas por cinco ou seis paus ligados uns aos outros por pinos ou cavilhas de madeira, são raridade, principalmente em Maceió, onde sua grande representatividade fez nomear avenida importante no bairro marítimo da Pajuçara de Av. Jangadeiros Alagoanos. E é neste bairro que se pode fazer um dos passeios turísticos mais tradicionais da capital: singrar, em jangadas autóctones, até as piscinas naturais de Pajuçara – aquários naturais, formados apenas na maré baixa, que distam 2km da costa, onde é possível ver diversas espécies da fauna e flora locais. O trajeto, que dura em média 15 min, é feito por pescadores em suas jangadas, porém estas não mais de paus e sim de tábuas. 

A representatividade das jangadas de paus que permeiam as lembranças dos mais antigos do lugar pode vir a inexistir devido ao desuso da sua fabricação pelos mestres da madeira. Tal saber poderá ser esquecido se os poucos artesões que ainda o conhecem não o repassarem. Em 2011, Alagoas perdeu o mestre Valdemar Farias dos Santos, o último construtor de jangadas que ainda produzia jangadas tradicionais no Nordeste – segundo informações do especialista em Patrimônio Naval, Dalmo Vieira Filho. 

A informação gerou inquietude entre os técnicos da Superintendência Estadual do IPHAN em Alagoas – desapareceria a técnica da embarcação simbólica da paisagem litorânea nordestina. Reconhecendo a urgência do registro de todo o processo de produção das jangadas e a continuidade deste saber fazer, e preocupado com o desaparecimento de mestres que dominavam as técnicas, o Iphan-AL, por um acaso do destino, encontrou o mestre Jesser em Maceió/AL, que ainda detinha este conhecimento. Foi ele quem se tornou o executor deste exemplar de jangada em escala natural. Possivelmente tenha sido esta a última jangada em pau de Pita construída nos últimos anos na região. Com uma ação de salvaguarda no valor de R$ 75.784,44, todo o processo – desde a retirada da madeira na mata e o seu transporte para o local da construção, até a apresentação detalhada das ferramentas, técnicas e procedimentos utilizados – foi registrado por empresa contratada para produção de videografismo etnográfico. 

 

 SERVIÇO:

 

O quê: Cinema das Alagoas: Exibição do documentário Jangada de Pau

 

Onde e quando: No Arte Pajuçara, sexta-feira, 05 de agosto.

 

Aberto ao público

 

Mais informações: 82-99904-7770

 

Veja o trailer: https://vimeo.com/136239893

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