Drag queen celebra culto evangélico para chamar atenção para a homofobia

Cílios postiços, maquiagem artística, peruca, saia e uma Bíblia. Assim o pastor Marcos Lord transformou-se pela primeira vez na drag queen Luandha Péron e celebrou um culto evangélico na Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) Betel, em Irajá, na zona norte do Rio, na noite do domingo (18). “É a Luandha que está aqui, não o […]

Drag queen celebra culto evangélico para chamar atenção para a homofobia

Cílios postiços, maquiagem artística, peruca, saia e uma Bíblia. Assim o pastor Marcos Lord transformou-se pela primeira vez na drag queen Luandha Péron e celebrou um culto evangélico na Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) Betel, em Irajá, na zona norte do Rio, na noite do domingo (18).

“É a Luandha que está aqui, não o Marcos, pois meu objetivo é chamar atenção para o Dia Internacional contra a Homofobia [em 17 de maio]”, disse ao começar a pregação. “Infelizmente, 24 anos após esse dia ser fundado ainda há muito preconceito. Se eu sair daqui vestido assim, serei apedrejado na esquina.”

O culto começou com a música Hallelujah, de Jeff Buckley. Uns choravam, outros batiam palmas. Os salmos tratavam de injustiças e apedrejamentos relatados na Bíblia.

A ICM Betel foi fundada na Baixada Fluminense em 2008. Em 2010 foi inaugurada a sede da zona norte. Elas seguem o modelo do reverendo americano Troy Perry que, em 1968, fundou na Califórnia a primeira igreja denominada inclusiva, com o lema “O Senhor é meu pastor e Ele sabe que sou gay”.

Lord, que é pastor e presidente da unidade de Irajá, transformou-se em drag queen pela primeira vez na Parada Gay de 2011, em Copacabana, na zona sul do Rio. Vestido de noiva, pedia a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

De família evangélica, chegou a ficar noivo de uma mulher. Apaixonou-se por um homem e diz que foi taxado de aberração pelo pastor da igreja que frequentava. “Fui expulso de casa, achava que iria para o inferno”, disse.

A intersexual Esther Pinnhas, 49, era uma das mais animadas no culto. “Nasci hermafrodita, em uma família judaica tradicional. Aos 21 anos, fiz a cirurgia de escolha de sexo, mas o judaísmo não me aceitou e também sofri preconceito em outras igrejas evangélicas. Aqui sou eu e sou amada”.

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