Simple Plan | Em São Paulo, banda reconhece sua idade e mostra como se faz um show nostálgico

Na turnê de aniversário do álbum de estreia, canadenses expressam gratidão pelos fãs

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Simple Plan | Em São Paulo, banda reconhece sua idade e mostra como se faz um show nostálgico

É a turnê de 15 anos de lançamento do primeiro álbum, No Pads, No Helmets…Just Balls, que o Simple Plan trouxe ao Brasil este ano. Com a tour tendo iniciado no exato aniversário do álbum, em março do ano passado, em maio de 2018 o debut da banda de pop punk já tem mais de 16 anos, e mesmo assim, ainda arranca gritos de um público de jovens adultos que lotou o Audio Club.

Tocando o álbum na integra, o Simple Plan começou a noite com “I’d Do Anything”, a primeira faixa do disco, que, de cara, tirou o público do chão. Do começo ao fim da apresentação, a banda inteira evidenciou carinho pelos fãs, e apesar de ainda parecer um grupo de moleques, os canadenses fizeram esforço para se mostrarem conscientes do tempo que passou. Logo antes do primeiro grande hit da noite, “I’m Just a Kid”, o vocalista Pierre Bouvier fez um discurso explicando que o tema da música já está um pouco ultrapassado; “Essa música tem 16 anos e ainda estamos aqui. Isso me faz sentir tão velho. Pelo menos eu ainda tenho meu cabelo”, ele disse, apontando para o guitarrista Jeff Stinco, careca desde a estreia de 16 anos atrás. Emendando em um corinho animado, o grupo tocou o hit sem parecer desatualizado ou esquisito, nem por um instante.

Este não foi o único momento que a banda fez questão de mostrar quanto tempo passou. Já quase na metade do show, o vocalista parou para refletir que em 2002 não havia Facebook ou YouTube, e falou sobre o que mudou da perspectiva do público: “Vejo muitas pessoas jovens na galera. Mentira, na verdade vocês todos tem mais de 20 e poucos, né?”. Antes de começar “My Alien” ele ainda fez piada: “quando lançamos esse álbum, vocês tinham que pedir para sua mãe para ir no show’, concluindo em português: ‘Mamãe, eu amo eles, por favor!”. No fim do tracklist do disco, em “Grow Up”, a plateia ainda testemunhou a troca de papeis do vocalista e do baterista, quando Chuck Comeau foi para frente, apostou no Brasil para a copa, cantou um refrão, e ainda se jogou no público.

Durante toda a duração do No Pads, No Helmets… Just Balls a multidão acompanhou os gritos e pedidos de animação de Bouvier, que corria de um lado pro outro e fazia dancinhas com os outros integrantes. Na última faixa do disco, a banda toda saiu do palco e o vocalista sobrou no meio, em tempo para reconhecer a crise do combustível e arrancar mais aplausos: “Nós sabemos que está tendo uma crise aqui esta semana. Nós quase não conseguimos chegar. Ainda bem que deu tudo certo, porque São Paulo é uma das cidades mais importantes para nós”. Com a música mais emocionante da noite, a balada adolescente “Perfect”, o Simple Plan fechou o setlist do disco demonstrando talento, simpatia e uma gratidão que poucos conjuntos transmitem.

De volta para o bis, que trouxe um compacto dos hits da carreira, o povo teve seu momento de provar que não é só fã das antigas; com “Shut Up”, “Boom” e “Summer Paradise”, fãs cantaram juntos, e enlouqueceram quando Bouvier surgiu para cumprimentar a galera do fundão, na mesa de som. Em pé e endereçando à multidão, o líder agradeceu antes de ir embora: “Só é possível estarmos aqui 16 anos depois por causa de vocês”. O bis, que teve direito a pedido de casamento e um bando de fãs no palco, fechou com a emotiva “Welcome To My Life”. Depois de um show de quase duas horas, e em sua oitava passagem pelo Brasil, o Simple Plan mais do que provou sua relevância, enquanto o público atestou que pode crescer, mas as letras de 2002 não saem da cabeça tão facilmente.

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