Alagoas se abre para o conceito de Cidade do Futuro

Em Maceió, especialistas de outros estados abordarão temas relacionados à tecnologia, economia criativa, mobilidade, meio ambiente e cidadania

Algo Mais Consultoria e Assessoria / Álvaro Müller

Alagoas se abre para o conceito de Cidade do Futuro

Alagoas começa a dar os primeiros passos para a construção das cidades do futuro. O momento é de conscientização sobre a necessidade de se colocar em prática ações que permitam o preparo e o desenvolvimento dos municípios, a partir da cultura de Cidades Inteligentes, que não se fundamenta apenas nas questões tecnológicas e de inova ção, mas na melhoria da sociedade em todos os aspectos socioeconômicos e ambientais.

Segundo Paula Zacarias, analista de Programas do ONU Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) em Alagoas, o conceito de cidade do futuro requer a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Definida pelos 193 Estados-membros das Nações Unidas, dentre eles, o Brasil como signatário, essa agenda serve como plano de ação para que governos, s ociedade, empresas e academia atuem juntos na erradicação da pobreza, protegendo as gerações futuras dos impactos das mudanças climáticas e garantindo que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade.

O desafio está posto. Estima-se que a população urbana global, que estava em 54%, em 2014, cresça para 70% até 2050. Novas cidades surgiram e a previsão é de que outras centenas sejam construídas nos próximos anos. Se, por um lado, as cidades podem ser consideradas motores de crescimento econômico, produzindo a maior parte do PIB mundial e concentrando os polos de empregos, por outro, podem ser catalisadoras de desigualdades socioeconômicas, exclusões espaciais e degradações ambientais.

“25% dos habitantes das cidades de países em desenvolvimento vivem em favelas; 70% das cidades são impactadas por efeitos das mudanças climáticas, com 75% da energia primária global e 70% das emissões de gases de efeito estufa sendo, respectivamente, consumidas e emitidas nas cidades. A urbanização rápida e desordenada produz impactos de insustentabilidade ambiental, social e econ&ocir c;mica em todos os setores associados à urbanização – habitação, mobilidade urbana e serviços básicos urbanos, como água, esgoto, energia e resíduos sólidos”, observa Paula Zacarias.

Seminário

Mesmo diante deste cenário desafiador, a analista de Programas do ONU-Habitat ressalta que o momento também é de oportunidades de implementação de novas abordagens, de forma mais estratégica e inovadora, para o planejamento, gerenciamento e governança urbanos. Neste contexto, o Movimento Alagoas Competitiva (M AC), o Sebrae em Alagoas e outras instituições parceiras realizam, no próximo dia 8, no Hotel Best Western Premier Maceió, o Seminário Cidade do Futuro: Inovação Urbana e Novas Tecnologias. Projetado por especialistas em soluções tecnológicas e urbanísticas, o evento propõe o início de uma discuss&atil de;o sobre o que é possível e necessário começar a fazer, para colocar as cidades alagoanas no caminho do futuro sustentável.

“O projeto Cidade do Futuro visa ser o indutor dessas ações. Teremos 13 palestrantes de outros estados, apresentando iniciativas que já proporcionam melhorias na mobilidade urbana, na convivência social em áreas vulneráveis, na inclusão de ambientes tecnológicos em cidades turísticas, além de bons exemplos que já acontecem em Maceió. A partir deste momento, a nossa meta é alcançar, ano após ano, novas melhorias para as nossas cidades, tornando-as mais inclusivas, sensíveis às necessidades de todos e inteligentes”, comenta Sérgio Luís, CEO da OCTA, uma das empresas organizadoras.

A Programação do Seminário inclui quatro painéis. Especialistas de São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Recife, entre outras capitais, apresentarão casos de sucesso e abordarão temas como economia criativa e tecnologia no ambiente urbano; big data e tecnologia na gestão pública; estratégias transformadoras de alto impacto positivo; e mobilidade, tecnologia e cidadania.

Dentre os bons exemplos de Alagoas, o superintendente de Novas Tecnologias da Estre Ambiental, Antônio Januzzi, falará sobre tecnologia de gestão de lixo e o desenvolvimento urbano. Há 10 anos, Maceió foi uma das primeiras capitais brasileiras a extinguir o lix&a tilde;o e implantar um moderno aterro sanitário. Localizada no bairro Benedito Bentes e operada pela V2 Ambiental, empresa do grupo Estre, a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) reduziu drasticamente o impacto ambiental produzido pelo lixo e liberou a região norte da cidade para um novo ciclo de desenvolvimento e expansão imobiliária.

“Diferentemente do que ocorre num lixão, onde a montanha de resíduos cresce a céu aberto, sem qualquer medida que proteja o solo da contaminação com o chorume, um aterro sanitário é uma obra complexa de engenharia. Na CTR Maceió, além do lixo ser totalmente coberto, estruturas de impermeabilização do solo e de drenagem captam e conduzem o chorume para tanques de tratamento, que se utilizam de processos químicos e biológicos para tratá-lo, transformando-o em água de reuso”, explica Januzzi.

As inscrições para o Seminário Cidade do Futuro continuam abertas para quem deseja conhecer melhor essa e outras iniciativas que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das cidades. Para se inscrever, basta acessar o site doity.com.br/cidade-do-futuro.

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