Jovem diz ter sido agredido pelo Bope por encostar em viatura

Fábio Moura, de 20 anos, fez relato nas redes sociais e disse que vai levar o caso à Corregedoria da PM

Jovem diz ter sido agredido pelo Bope por encostar em viatura

O estudante de Direito Fábio Moura, de 20 anos, denuncia ter sido agredido por policiais militares, na madrugada do último sábado (28), apenas por encostar numa viatura do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que se encontrava estacionada nas proximidades do estacionamento de Jaraguá, local dos festejos juninos da Prefeitura de Maceió. O jovem descreveu o fato em relato que tem gerado comoção nas redes sociais.

Fábio conta que saía da festa, por volta de 2h40 da manhã, quando familiares e amigos que o acompanhavam decidiram ir ao banheiro. Como não quis ir, ele teria ficado do lado de fora e encostado em um carro branco. Foi quando os militares teriam chegado e iniciado as agressões.

“Eu não sabia que era uma viatura. O policial chegou e me perguntou se o encosto estava bom. Eu pedi desculpas e ele me mandou olhar para o carro, para que eu não mais esquecesse que aquele era um carro da polícia. Ele começou a gritar e eu disse que aquilo era um abuso de autoridade, quando levei um tapa no rosto. Disse que ele não podia fazer aquilo e, então, teve início a pancadaria”, afirmou.

O estudante diz, ainda, que, ao baixar a cabeça, continuou a sofrer agressões de dois militares, que o levaram para um posto policial montado no Jaraguá. Lá, ele teria sido jogado em cima de pessoas presas durante a noite, permanecendo no local por volta de 20 minutos, até a chegada do suposto comandante da guarnição.

“Levei socos de baixo para cima. O pessoal que estava comigo ainda tentou intervir. Já no posto, um homem que seria o comandante da guarnição perguntou o que havia acontecido e me pediu para ficar calmo. Eu estava nervoso e falava alto. Também pedi desculpas a ele por isso e, em seguida, fui liberado”, emendou o estudante.

Fábio destacou também que os militares chegaram a colher seus dados, mas não realizaram qualquer procedimento. Na saída, o comandante teria dito que o estudante fosse para casa. “Ele chamou meu irmão e disse que nós fôssemos direto paras casa, sem parar em nenhum outro local. Se eu tivesse feito algo de errado, teria ficado detido”, reforçou o estudante, sem saber o motivo pelo qual foi liberado sem o registro de nenhuma ocorrência.

O jovem, que já registrou um Boletim de Ocorrência e fez exame de corpo de delito para comprovar as agressões, garantiu que vai procurar os órgãos responsáveis para pedir que o caso seja apurado. Ele pretende, ainda, procurar a Corregedoria da Polícia Militar, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB/AL) e o Ministério Público Estadual (MPE). “Isso que fizeram comigo foi um absurdo. Eu apanhei sem nada fazer”.

Gazetaweb entrou em contado com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, que informou que “qualquer cidadão que se sentir prejudicado pela ação da polícia deve procurar a Corregedoria”. Ainda de acordo com a assessoria, somente após a denúncia formal é que será aberto um procedimento administrativo para que os fatos sejam apurados.

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