O Som e a sílaba: comédia com Alessandra Maestrini e Mirna Rubim combate o preconceito contra pessoas autistas

Um dos musicais nacionais mais celebrados e premiados chegará pela primeira vez em Maceió, nos dias 4 e 5 de outubro. O público poderá se divertir e se emocionar com a comédia musical estrelada por Alessandra Maestrini e Mirna Rubim.

Janaina Ribeiro

O Som e a sílaba: comédia com Alessandra Maestrini e Mirna Rubim combate o preconceito contra pessoas autistas

Lá em Pato Branco, daí”. Lembrou dessa frase? Claro, né?! Ela se imortalizou na voz da Bozena, a emprega doméstica que divertia o público com as histórias estranhas e engraçadas de sua terra natal, Pato Branco, no interior do Paraná, durante os dois anos em que foi ao ar o programa de comédia “Toma lá, dá cá”, da TV Globo. E a repercussão da personagem fez tanto sucesso que a sua célebre intérprete, Alessandra Maestrini, foi agraciada com a medalha de “cidadã honorária” daquele município.

E a atriz está na contagem regressiva para chegar a Alagoas com o musical O Som e a Sílaba, uma obra de Miguel Falabella, de quem a artista é amiga pessoal. O espetáculo conta a história de Sarah Leighton (Alessandra Maestrini) e Leonor Delise (Mirna Rubim), uma aluna de canto autista e uma professora de ópera bastante conceituosa. A primeira, é jovem e, exatamente por conta do diagnóstico de Síndrome de Asperger – um autismo leve -, lida com a dificuldade de se enquadrar na sociedade. Porém, ela está despontando como um grande talento da música clássica. E é a sua doença que lhe permite comportamentos hilários, levando o público a dar muitas gargalhas. Já a segunda, é uma cantora séria, famosa no mundo inteiro e tida como uma grande diva da ópera. Tendo chegado já aos seus 50 anos, ela decide se tornar professora de canto. Na visão geral das pessoas, é uma mulher bem resolvida. Mas, não se engane: isso é só aparentemente.

E para saber mais sobre o musical O Som e a Sílaba,o #Notícias40Graus bateu um papo com a Alessandra Maestrini. Confira como foi a entrevista:

1 – Inclusão é uma das palavras da atualidade. Como está sendo interpretar uma personagem com a Síndrome de Asperger, que é um autismo leve, né isso?

Sarah me ensina muito. Tem alma de guerreira e um olhar riquíssimo perante a vida. É muito divertida, irresistível e absolutamente franca. Uma heroína clássica.

2 – Fazer a Sarah Leighton exigiu mais preparação da sua parte?

Construi a Sarah baseada em pesquisa tanto teórica, quanto de interação pessoal, bem como de autoconhecimento e de pontos de identificação com a personagem.

3 – Em Som e a Sílaba, a protagonista, mesmo tendo autismo, gosta e quer cantar. Você acha que o espetáculo ajuda o público a desmistificar a doença? Por exemplo, colabora para que as pessoas preconceituem menos sobre a pessoa autista?

O espetáculo quebra pré-conceitos tanto perante o autismo quanto perante a ópera.

4 – Com diálogos e situações divertidas entre duas pessoas de universos tão distintos, o musical mistura humor com um pouco de drama. É mais difícil juntar esses duas emoções numa só peça?

O texto e direção geniais de Miguel Falabella, aliados à química cênica que existe entre Mirna e eu e das músicas apaixonantes o espetáculo, fazem com que a plateia ria e chore conosco do jeito mais fácil, gostoso e transformador possível de se imaginar.

5 – E como está sendo a experiência de contracenar com a Mirna Rubim? Ela foi, na vida real, sua professora de canto, confere?

A arte imita a vida. Mirna foi a professora de canto com quem mais estudei. O público vai poder ver pelo olho da fechadura também esta relação professora – aluna que, deliciosamente, transparece no palco na intimidade que temos uma com a outra e com a relação das personagens.

6 – O texto e a direção de O Som e a Sílaba são de Miguel Falabella, que é seu grande amigo. É mais fácil ou mais complicado ser dirigida por alguém que faz parte da sua intimidade?

É um presente dos deuses ser dirigida por um gênio que tanto admiro, um amigo que tanto amo e o artista da atualidade com o qual mais me identifico.

7 -O espetáculo já conquistou estatuetas e 23 indicações das principais premiações do país, a exemplo do Bibi Ferreira, Broadway World Brazil Award, Imprensa Digital e Musical Cast. Como você encara isso? É uma prova de que os julgadores cumprem a agenda de enfrentamento à intolerância?

O espetáculo cria fãs ardorosos por onde passa. É uma obra-prima de Miguel Falabella. O imenso reconhecimento dos prêmios mais importantes e mais variados reflete a grandiosidade de sua qualidade artística, bem como sua profunda comunicação, conexão emocional e aceitação pelo público em geral.

8 – Está chegando o dia de Maceió poder assisti-las. O que o público alagoano deve esperar de O Som e a Sílaba, nos dias 4 e 5 de outubro?

O que o público alagoano pode esperar são altas gargalhadas, muita emoção e encantamento imenso com as músicas, além de surpreender-se e sair transformado do teatro.

9 – Por fim, politizando o tema da cultura… A peça tem o patrocínio do Ministério da Cidadania, mas, recentemente, o Governo Federal censurou alguns espetáculos, dentro e fora do Brasil. Como você enxergou essas retaliações oficiais?

O Som e A Sílaba mergulha na riqueza e na importância de se abraçar a própria identidade e dialogar com o diferente. Parafraseando minha personagem, Sarah Leighton: “A grande beleza da aventura humana é a singularidade da mente”. Asas foram feitas para alçar voo. Não para serem cortadas.

Serviço:

O Som e a Sílaba 
Dias: 4 e 5 de outubro
Horário e local: 21h, no Teatro Marista 

Ingressos:
Plateia – R$ 60,00 (meia-entrada) e R$ 120,00 (inteira)
Ingresso Social (Lei Rouanet) R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 50,00 (inteira)

Pontos de venda:
Erva Doce Doce Erva – Rua Mário de Gusmão – Ponta Verde
Acesso Vip – Parque Shopping- térreo
Acesso Vip – Unicompra Farol
Venda on line:
www.suechamusca.byinti.com

Informações: (82) 3235-5301 / WhatsApp: (82) 99928-8675

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