Rodada de negócios deve abastecer Litoral Norte com fornecedores de AL

A questão tributária foi apontada como um dos pontos mais impactantes para buscar fornecedores em outros estados

Rodada de negócios deve abastecer Litoral Norte com fornecedores de AL

A partir de uma reunião entre representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), entidades atacadistas, empresários da rede hoteleira do Litoral Norte e a Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau, realizada nesta quinta-feira (07), no Hotel Salinas Maragogi, uma nova fase no que diz respeito ao abastecimento da região está sendo desenhada. O Litoral Norte é praticamente abastecido pelos estados vizinhos e a questão tributária tem sido apontada como responsável decisiva para esse cenário.

A situação pode ser ilustrada, por exemplo, com a alíquota de ICMS do queijo que em Alagoas corresponde a 19% e, em Pernambuco, o imposto é zero. Com isso, os proprietários e hotéis e pousadas buscam abastecer suas unidades em outros estados.  

Maragogi é o segundo destino turístico mais procurado de Alagoas. Segundo empresários da região, quase 80% das compras de alimentos e outros itens, a exemplo de material elétrico, são feitas em Pernambuco.

Além da questão tributária, há outra dificuldade: os distribuidores de Alagoas não passam pelas empresas da região. A reunião foi oportuna para que os proprietários fizessem um apelo. “Olhem para o Litoral como um potencial de mercado grande e interessante porque a soma dos pequenos hoje já é maior do que os grandes”, argumentou Luiz Cláudio de Melo, da Pousada Barra Velha.

Luiz reconhece que os grandes hotéis promovem o destino mais do que os pequenos, a exemplo do Hotel Salinas, considerado o segundo melhor hotel de lazer do mundo. Todo esse potencial de consumo não está restrito somente a Maragogi, mas a Porto de Pedras, Japaratinga, São Miguel dos Milagres, entre outros municípios litorâneos da região Norte de Alagoas; maior corredor turístico do Estado pelas portas de Maceió e Recife. “Nosso esforço hoje é sensibilizar para que a nossa região seja atendida”, ressalta, acrescentando que não tem sentido trazer peixe, camarão, cereais de outra região.

O presidente da Fecomércio, Wilton Malta, propôs uma rodada de negociação. Frente a frente, estarão os atacadistas e os proprietários de hotéis e pousadas no dia 18 de agosto. Malta garantiu ainda que o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac vai participar da rodada apresentando seus serviços. Renato Lobo, da Costa dos Corais – Convention & Visitors Bureau, se dispôs a fazer uma planilha com informações relevantes para agilizar o processo, a exemplo do tipo de produto, volume, preço praticado, origem da compra, entre outras informações.

Vitor Brandão, da Pousada da Praia de Marceneiro, afirmou que o fornecimento de bebidas está tranquila, ou seja, é feita pelos fornecedores de Alagoas e os demais empresários concordaram com a colocação.

O presidente da Associação dos Atacadistas de Alagoas (Acadeal), José Vieira, disse que o mercado alimentar está disposto a atender e que todos os associados serão comunicados. “É de total interesse do segmento abastecer todos os canais de consumo do Estado. Estamos para atender qualquer empresa independente do porte. É um nicho de mercado que só tende a crescer”, afirmou Vieira.

O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Estado de Alagoas (Sincadeal), Valdomiro Feitosa, disse que os contatos serão feitos com todos os associados. Para o diretor de Operações do Salinas, Ricardo Almeida, é lamentável as compras não serem realizadas no próprio Estado. “Dói quando a gente tem que comprar fora de Alagoas. Não conseguimos porque não tem uma organização dos fornecedores, não tem garantia de abastecimento. Não tem a produção interna. A nossa conversa deve ser concentrada na questão tributária”, sugeriu.

A reunião trouxe dados interessantes como o fato de 75% dos turistas do Litoral Norte de Alagoas entrarem por Pernambuco. Os números impressionam. Em média, em Maragogi, são dois mil turistas de lazer por semana somente no Salinas mais um fluxo de 800 pessoas que vêm passar o dia em Maragogi, ou seja, o potencial é muito maior. O crescimento da região está acontecendo de maneira rápida. 

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