Reencontros, afetos, pinturas e músicas na abertura da exposição Paredes de Zecabega

Mostra entrou em cartaz nesta quarta-feira (29/10), no Café da Linda, localizado no Teatro Deodoro

ASCOM DITEAL / Texto de Paulo Canuto*

Reencontros, afetos, pinturas e músicas na abertura da exposição Paredes de Zecabega

Noite chuvosa de quarta-feira, 29 de setembro de 2021, 18h, Praça Marechal Deodoro da Fonseca, Centro da capital alagoana, Maceió. No tradicional “Café da Linda”, espaço com esse nome em homenagem a grande dama do teatro alagoano, Linda Mascarenhas, um outro tradicional personagem trazia a arte consigo, na volta das exposições a esse espaço, que faz parte do complexo cultural do centenário Teatro Deodoro.

De quem estamos falando? Do artista visual, cantor, compositor, instrumentista e poeta, Deyves, o “Zecabega”. Em parceria com a Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), o artista abriu a exposição “Paredes de Zecabega”, primeira desde 1990, ano em que fez sua última mostra no Teatro Deodoro. Zecabega esperava há quase dois anos para expor suas obras por conta da pandemia. Depois dessa longa espera, finalmente, o momento chegou e foi marcado por reencontros afetuosos, saudosismo, alegria e embalada com muita música.

Após Zecabega fazer a abertura oficial, agradecendo aos presentes, explicando o porquê do seu nome artístico, como chegou ao título da exposição e às suas obras, foi a vez do cantor Bruno Berle abrir a parte musical da noite, com muita melodia, leveza na voz e no piano para recepcionar os visitantes.

Depois, foi a vez do próprio expositor Zecabega tomar as rédeas do microfone e ele começou logo com uma homenagem ao cineasta Pedro da Rocha, vítima de complicações da covid-19, que faleceu há poucos dias. Iniciou com a música “A lenda encantada de Manguaba e Mundaú ou balada para Marlize Sururu”, um cordel do próprio Pedro da Rocha que foi musicado por Deyves e apresentado festival universitário de música no início dos anos 80.

“Muito bom, é uma felicidade só, das pessoas que aqui estavam, o fato de também tocar músicas minhas, a exemplo da balada para Marlize Sururu, que é uma música de Pedro da Rocha, eu estava procurando por ele, mas infelizmente veio a falecer. Então, eu que já ia tocar essa música na abertura, agora tive a responsabilidade ainda maior de tocar em homenagem a ele, que inclusive foi o cara que me instigou a compor”, revelou o artista.

Por quê de “Zecabega”?

Antes de mais nada, o nome artístico é uma homenagem familiar, o “Zeca” vem de seu pai Zeca, integrante da Circulista, primeira escola de samba de Maceió. Agora o “bega” é em homenagem a sua filha Beatriz Gabriel, que também herdou a arte do pai, juntando o Be de Beatriz e o “Ga” de Gabriel virou o apelido que ele deu para a filha “Bega”. Daí, surgiu Zecabega.

Inspirações

Apaixonado por histórias em quadrinhos desde criança, começou a rabiscar ainda na infância, a partir dessa sua maior referência. Um artista eclético, Zecabega desenha, pinta, canta e compõe. Foi na universidade que começou a participar de festivais de música e a trabalhar fazendo pinturas.

Ao ir mais afundo em seu encanto pela arte de uma maneira geral, tendo como maiores paixões a música e a pintura, em seus estudos, descobriu inspirações como Salvador Dali, no Surrealismo, de Anita Mafaltti, na Arte Moderna, além de observações também na Arte Naif, Arte Popular.

A exposição ficará ao longo de todo mês de outubro e pode ser visitada no Café da Linda de segunda a sexta-feira das 11h às 18h, mas em dias de evento nos teatros, mesmo sendo finais de semana e feriados, o café ficará aberto até a hora que durar o espetáculo.

“Muito alegre por essa abertura com música, com meus quadros na parede, estou muito feliz mesmo. Foi uma noite de deleite, que há muito tempo não tinha”, finaliza Zecabega.

*Estagiário com supervisão de Hannah Copertino

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